terça-feira, 7 de abril de 2020

CARTA ABERTA AO POVO DO RIO GRANDE DO NORTE


Os tempos que estamos vivendo são dos mais 
difíceis. Certamente, as atuais gerações não voltarão a experimentar situação 
tão grave – e devemos rogar à Deus para que não voltem mesmo. O 
momento é comparado àqueles experimentados durante as duas grandes 
guerras mundiais, que tanto sofrimento trouxeram à humanidade. Não se tem 
notícia na história de um surto pandêmico com tamanhas proporções e 
consequências tão devastadoras.
Desde que a Organização Mundial de Saúde 
classificou a situação mundial do novo Coronavírus (COVID-19) como 
pandemia, em 11 de março de 2020, os povos de todas as nacionalidades 
convivem com a dor do medo e a angustia da incerteza. O risco potencial 
dessa doença infecciosa atingir a população mundial, de forma simultânea, e a 
real possibilidade dela propaga-se de forma desmedida, mudarão nossa rotina 
diária e os nossos hábitos de convívio social pro resto das nossas vidas.
As consequências futuras dessa grave crise sanitária 
não serão menos devastadoras do que a doença em si. Vencida essa batalha 
contra a pandemia, ainda haveremos de enfrentar uma grave recessão 
econômica, sem precedentes. Que será outro árduo duelo a ser vencido!
À frente dessa guerra inglória, temos os 5.567 
(cinco mil, quinhentos e sessenta e sete) Municípios brasileiros. Serão nas 
nossas cidades, nos mais longínquos grotões de nossa amada pátria, os 
“campos de batalha”. Os primeiros a receber os enfermos serão os hospitais 
públicos municipais. Os recursos humanos e materiais disponíveis de imediato 
serão fornecidos pelas Prefeituras. A frente desse palco triste, os profissionais 
da medicina das unidades de saúde das cidades brasileiras, munidos com 
medicamentos e materiais fornecidos pelos Municípios. Os sepulcrários 
municipais contabilizarão, tristemente, as grandes baixas. Com a crise 
financeira, os Municípios serão demandados para implementar políticas 
públicas que amenizem as dificuldades das suas populações. Infelizmente, essa
será a triste realidade – queira Deus que não – que teremos a nossa frente!
Mais do que nunca, exige-se dos governantes 
sufragados pelo povo, em todas as esferas da administração pública, 
solidariedade, comprometimento e responsabilidade. Os atos de gestão devem ser pautados pela serenidade, pelo bom senso e pela seriedade, principalmente 
no manuseio dos recursos públicos disponíveis, para reinar a eficiência, 
eficácia e resolutividade das ações impetradas para o enfrentamento e na 
solução dos problemas que surgirão como consequências desse famigerado 
novo Coronavirus, que dá causa à COVID-19, uma doença de alto grau de 
letalidade para uma parte do nosso querido povo. Por isso, precisa-se tanto de 
cuidado e sensatez.
No Rio Grande do Norte, em tempos tão difíceis, 
causa ainda mais aflição o descaso e desrespeito do Governo do Estado para 
com os Municípios. Se não bastassem as agruras vivenciadas em razão da 
escassez de recursos disponíveis às Prefeituras, o nosso Estado não vem 
repassando, há muito tempo, o que lhes é de obrigação, e que nos é de direito.
Os recursos do PETERN não são pagos sob os 
mais diversos pretextos, embora sejam os transportes municipais os 
responsáveis pela condução dos alunos da Rede Estadual de Ensino. O 
Programa da Farmácia Básica não é pago há anos, contrariando acordo
judicial realizado perante o Tribunal de Justiça – isso é o mais puro absurdo! 
Aliás, ainda está vivo na memória de todos o compromisso assumido pela 
atual Governadora do Estado, na sede da FEDERAÇÃO DOS 
MUNICÍPIOS DO RIO GRANDE DO NORTE – FEMURN, assegurando, 
em alto e bom som, para o alento dos anseios dos Municípios do Rio Grande 
do Norte, o pagamento do Programa rigorosamente em dia. E o que dizer da 
Assistência Farmacêutica? Já estamos, há mais de 09(nove) anos, sem receber 
esses recursos, assegurados aos Municípios por uma relação tripartite, 
oficializada entre os três Entes federados. Mas, não cumprido pelo Governo 
do Rio Grande do Norte. Portanto, da parte dos Municípios, não se pede 
nada que não seja de legítimo direito.
A sociedade Potiguar também acompanhou, ao 
término do ano de 2019, a batalha judicial do PROEDI – Programa de 
Incentivo Fiscal à Indústria Instituído pelo Governo do Estado às expensas 
dos recursos municipais. E Mesmo com Decisões Judiciais que beneficiavam 
os Municípios, sensíveis à situação, mesmo assim, os Entes Municipais 
cederam a um acordo, com a renúncia de parte do que lhe é de direito, por 
acreditar no desenvolvimento do nosso Estado e no compromisso do 
Governo. Mas, mesmo com a aprovação de lei no âmbito da Assembleia 
Legislativa, assegurando o pagamento de parte do valor renunciado aos 
Municípios, ainda assim, quase nada foi pago, estando o Estado inadimplente 
com 05 (cinco) de 06 (seis) parcelas vencidas.
Como dito, os tempos são árduos – de 
solidariedade! –, e o que se espera do Governo do Estado é exatamente o bom senso, a seriedade e a sensatez que não escaparam aos Municípios no 
momento de estender-lhe a mão quando precisou.
Ainda resta no coração dos Guerreiros(as) 
Gestores(as) Municipais um fio de esperança de que se encontre, 
administrativa ou judicialmente, alternativas promissoras para a retomada da 
liberação dessas verbas que o Governo do Estado se apropriou, 
indevidamente, deixando os Municípios a deriva da bravura e grandeza dos 
Prefeitos e Prefeitas, convocados para defender os irmãos e irmãs que vivem 
conosco nesses mais longínquos e sofridos torrões desse maravilhoso Estado 
do Rio Grande do Norte.
Finalmente, Com fé em Deus, sabemos que a luta 
será difícil e árdua. Mas que, heroicamente, juntos com o povo, venceremos!
Natal/RN, 06 de abril de 2020.
Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte – FEMURN

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